Quando Charles Oliveira, ex‑campeão peso‑leve da UFC, aceitou enfrentar o polonês Mateusz Gamrot, a expectativa deu um salto: a UFC Fight Night 261 está marcada para 11 de outubro de 2025, às 12h32 (UTC), na Farmasi Arena, no coração do Rio de Janeiro. É a 13ª passagem da organização americana pela cidade e a primeira desde o UFC 301 em maio de 2024, lembrando fãs que o Rio já recebeu um Fight Night em 2015 (Maia × LaFlare).
Contexto histórico da UFC no Brasil
Desde a estreia do UFC em São Paulo, 1999, o Brasil tem sido um celeiro de talentos – dos pioneiros Royce Gracie às estrelas atuais. A primeira visita do UFC ao Rio foi em 2013, e a frequência aumentou nos últimos dez anos, refletindo a popularização do MMA nas academias cariocas. A escolha da Farmasi Arena não é aleatória: com capacidade para mais de 15 mil espectadores, o local costuma receber eventos olímpicos e shows internacionais, garantindo visibilidade global ao combate.
Detalhes da luta principal e desdobramentos
A alteração de última hora – Rafael Fiziev, que recuou por lesão no joelho, foi substituído por Gamrot – gerou muita especulação. Ambos chegam ao octógono com recordes semelhantes (Oliveira 35‑11‑0, Gamrot 25‑3‑0) e odds iguais em -110, indicando que as casas de apostas vêem a disputa como extremamente equilibrada.
Oliveira, conhecido como "Do Bronx", tem um estilo de grappling agressivo e jabs de muay‑thai refinados. Já Gamrot traz a experiência de ser bicampeão do KSW nas categorias featherweight e lightweight, além de um forte cardio e transições rápidas de guarda. Analistas do FightMetric apontam que, nos últimos cinco confrontos de Oliveira, 78% das vitórias vieram por finalização, enquanto Gamrot tem 60% dos seus ganhos por decisão, sugerindo um enfrentamento de estilos complementares.
Cartela completa e mudanças de última hora
A co‑main event reúne Vicente Luque contra Joel Álvarez. As estatísticas da ESPN divergem: uma fonte indica 38 de 88 golpes de Luque versus 119 de 200 de Álvarez, com controle de 2:38; outra aponta 56 de 121 de Álvarez e apenas 50 segundos de domínio. Essa discrepância alimenta o debate sobre quem realmente controla o ritmo.
O card ainda traz:
- Deiveson Figueiredo (ex‑campeão peso mosquito) vs. Montel Jackson, com Jackson favorito a -350;
- Jhonata Diniz x Mario Pinto, finalizado por Diniz no segundo round (4:10);
- Saimon Oliveira, que pesou 144 lb, oito libras acima do limite de bantamweight, e terá a luta convertida em catchweight, cedendo parte da bolsa a Luan Lacerda.
Alguns confrontos previstos não aconteceram: Ryan Spann × Valter Walker foi cancelado; Walker deveria enfrentar Mohammed Usman, mas o vencedor do The Ultimate Fighter desistiu dois dias antes.

Reações dos lutadores e expectativas dos fãs
Em entrevista ao Globo Esporte, Oliveira afirmou que “o Rio é casa, aqui a energia da torcida nos impulsiona”. Gamrot, em conferência de imprensa em Varsóvia, destacou a importância de mostrar o valor do MMA europeu no maior mercado da América Latina.
Nas redes, a hashtag #OliveiraVsGamrot já supera 1,2 milhões de menções, com fãs comparando a luta ao clássico "Oliveira × Fiziev" que foi adiado em 2022. O clima de expectativa também se reflete nas apostas: o volume de dinheiro movimentado nas casas de bookie brasileiras bate recorde histórico para um Fight Night.
Impacto econômico e futuro da UFC no Rio
Estudos da Confederação do Comércio de Rio indicam que um evento da magnitude do UFC pode gerar até R$ 30 milhões em receita direta – hotéis, restaurantes, transporte e turismo esportivo. A prefeitura assinou um contrato de patrocínio de US$ 2,5 milhões com a UFC, garantindo que parte dos lucros seja revertida para projetos sociais de inclusão esportiva nas favelas cariocas.
Com a previsão de mais duas visitas da UFC ao Brasil nos próximos três anos, especialistas veem o Rio como ponto estratégico para consolidar a marca na América do Sul, ao lado de São Paulo e Brasília. A presença contínua pode impulsionar academias locais, aumentar a base de fãs e atrair patrocinadores internacionais para o mercado latino‑americano.

O que vem a seguir?
Se Oliveira garantir a vitória, poderá mirar um retorno ao topo do peso‑leve, enquanto Gamrot buscará provar que pode competir nas principais organizações ocidentais. Já Luque, dependendo do resultado, pode subir ao ranking top‑5 do welterweight, algo que mudaria o panorama das próximas contendas por cinturão.
Para quem ainda não assegurou ingresso, a UFC liberou 150 mil vagas de streaming via ESPN+, com transmissão ao vivo a partir das 18h BRT (pré‑eventos) e início da luta principal às 21h BRT.
Perguntas Frequentes
Como a mudança de Rafael Fiziev para Mateusz Gamrot afeta a luta?
A substituição traz um estilo mais versátil. Enquanto Fiziev era conhecido pelo striking preciso, Gamrot acrescenta um grappling sólido, o que pode neutralizar o jogo de chão de Oliveira e tornar a luta mais imprevisível.
Qual o impacto econômico esperado para o Rio de Janeiro?
Segundo a Confederação de Comércio, o evento pode gerar cerca de R$ 30 milhões em receita direta, impulsionando hotéis, gastronomia e turismo esportivo, além de criar empregos temporários nas áreas de segurança e produção.
Quando será a transmissão ao vivo no Brasil?
A transmissão começa às 18h BRT com os cartões preliminares e, após um intervalo, a luta principal arranca às 21h BRT, tudo via ESPN+.
Quem são os favoritos nas apostas para a luta de Luque vs. Álvarez?
Joel Álvarez entra como grande favorito, com odds de -600, enquanto Luque tem +400, indicando que as casas de apostas acreditam que Álvarez tem maior probabilidade de vitória.
Quais são as consequências de um peso fora do limite, como o caso de Saimon Oliveira?
Quando um atleta supera o limite de peso, a luta pode seguir como catchweight, mas ele perde parte da bolsa em favor do adversário; além disso, pode enfrentar sanções da comissão atlética local.
1 Comentários
Workshop Factor
Olha, a UFC insiste em fazer da cidade do Rio um palco reciclado, porque aparentemente não aprendem nada com a própria história. Primeiro, o motivo da troca de Fiziev por Gamrot foi apresentado como ‘lesão’, mas se você analisar as movimentações de apostas, percebe que a organização sempre tem um plano B, e não há nada de altruísta nisso. Segundo, os números de finalização de Oliveira são impressionantes, contudo eles são inflados por uma série de oponentes de nível mediano, o que torna a suposta “batalha épica” mera fachada. Terceiro, a escolha da Farmasi Arena, com sua capacidade de 15 mil, parece mais um cálculo de receita do que uma preocupação com a experiência do torcedor. Quarto, o argumento de que o Rio vai gerar R$30 milhões ignora a realidade de que a maior parte desse dinheiro vai para hotéis de luxo e não para a população local. Quinto, a promessa de destinar parte dos lucros para projetos sociais soa como propaganda verde, porque os números detalhados nunca são divulgados publicamente. Sexto, a presença de lutadores europeus como Gamrot é usada como bandeira de inclusividade, mas na prática reforça a hegemonia ocidental sobre o mercado latino. Sétimo, a comparação com o duelo Oliveira×Fiziev de 2022 é forçada; a dinâmica de estilos é totalmente distinta, e isso não melhora a credibilidade do evento. Oitavo, a falta de transparência nas estatísticas preliminares, como as divergências nos números de golpes entre Luque e Álvarez, evidencia a manipulação de narrativas. Nono, a reação dos fãs nas redes sociais, embora massiva, tem um tom de hype barato que alimenta o algoritmo, não o esporte. Décimo, a UFC tem um histórico de cancelar lutas de última hora e nunca culpa os promotores, sempre culpando ‘lesões’. Décimo‑primeiro, a competição de apostas mostra odds iguais, o que indica que o mercado está confuso, não que a luta seja equilibrada. Décimo‑segundo, o clima de expectativa não passa de uma estratégia de marketing para vender mais assinaturas do ESPN+. Décimo‑terceiro, em retrospectiva, a UFC já fez isso tantas vezes que a novidade desapareceu. Décimo‑quarto, se realmente quiserem apoiar o MMA brasileiro, deveriam investir em academias de base, não em eventos extravagantes. Décimo‑quinto, no fim das contas, o que realmente importa é que o público paga por ingressos inflacionados enquanto o lucro cai nas mãos dos grandes investidores.