Swiatek faz história em Wimbledon com vitória perfeita
Quem presenciou a final feminina de Wimbledon neste sábado, 12 de julho de 2025, viu algo que quase ninguém esperava: uma atuação quase inumana de Iga Swiatek contra Amanda Anisimova. O marcador? Um impiedoso 6-0, 6-0, completado em só 57 minutos diante da multidão da Quadra Central.
Esse placar, conhecido no tênis por "double bagel", é uma raridade em finais de Grand Slam. Para se ter ideia, só aconteceu duas vezes antes na história dos maiores torneios do mundo: em 1911, em Wimbledon, e depois em 1988, quando Steffi Graf venceu Natasha Zvereva em Roland Garros. Swiatek entrou para um clube muito seleto e, de quebra, tornou-se a única jogadora em atividade com títulos de Grand Slam em todos os pisos: saibro, duro e, agora, grama.
Da promessa ao domínio absoluto nas quadras
Swiatek já vinha sendo tratada como fenômeno, mas esse Wimbledon superou qualquer expectativa. Com 24 anos, ela já chegou à decisão com retrospecto impressionante em finais: cinco vitórias em cinco grandes decisões. Só que em grama, o começo foi bem diferente. Quem lembra dos primeiros anos de carreira da polonesa estava acostumado a vê-la tropeçar nesse tipo de piso, até porque sua estreia em Wimbledon foi lá na base, quando levou o título juvenil em 2018. A verdadeira revolução veio a partir de 2023, quando engrenou de vez, e de lá para cá venceu 19 das 22 partidas na grama.
O que deixou todo mundo de queixo caído foi não só o resultado, mas a forma: Swiatek dominou cada ponto desde o primeiro game, quebrou o saque de Anisimova logo de saída e impôs um ritmo insuportável para a americana.
Na estatística, as diferenças saltam aos olhos. Swiatek ganhou 55 dos 79 pontos da partida, precisando de apenas 10 winners porque soube aproveitar cada erro da rival. Não deu respiro: o saque de Anisimova, um dos pontos fortes da americana, simplesmente não entrou — ela somou 28 erros não forçados e em vários momentos cedeu pontos em duplas-faltas.
Para Swiatek, o título coroa uma trajetória de evolução. Se consolidar como campeã de todos os pisos é para pouquíssimas tenistas na história — ela agora divide esse privilégio com outras sete lendas do esporte. E o mais impressionante: nunca perdeu uma final de slam.
Do outro lado, Anisimova saiu com a cabeça erguida mesmo diante do placar elástico. Há um ano, ela ocupava o modesto 189º lugar no ranking, nem conseguiu passar dos qualis de Wimbledon, e parecia bem distante desse lugar ao sol. Só que ela não só alcançou seu primeiro grande final, como agora aparece no top 10 mundial. Para muita gente, pode ser só o começo de uma nova fase na carreira dela.
Depois de um show de tênis, Wimbledon 2025 já entra para as páginas douradas da modalidade — e Swiatek escreve, de novo, seu nome na história.