O Brasil perdeu uma figura proeminente no cenário diplomático e político com o falecimento de José Botafogo Gonçalves aos 89 anos, na sexta-feira, 8 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi insuficiência respiratória, deixando uma lacuna imensa tanto no coração dos que o conheceram quanto na história diplomática do país. Conhecido por sua dedicação incansável e seu papel vital em estabelecer e fortalecer laços internacionais para o Brasil, Botafogo deixa um legado de serviço público exemplar.
Nascido em 1935, Botafogo completou sua educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde graduou-se em Direito e Ciências Sociais. Sua entrada no glorioso caminho da diplomacia ocorreu no início da década de 1960, trabalhando em várias embaixadas ao redor do mundo, incluindo locais como Moscou, Roma, Santiago, Paris, e Bonn. Esse percurso marcou não só sua carreira, mas também o intensificou como um diplomata versátil e experiente, capaz de lidar com relações internacionais complexas e multifacetadas.
Durante sua trajetória profissional, Botafogo se destacou em diversos postos de relevância. Além de atuar como cônsul-geral em Milão entre 1991 e 1995, ele também serviu como embaixador na Argentina de 2002 a 2004, um dos postos mais significativos de sua carreira, especialmente num momento crítico para as relações entre os países vizinhos. Sua habilidade em mediar e propor soluções foi um dos seus grandes trunfos, o que lhe rendeu respeito e admiração tanto entre seus pares quanto nos diversos círculos governamentais.
Além dos cargos em embaixadas, José Botafogo foi nomeado embaixador especial para assuntos do Mercosul, destacando-se por seu papel crucial na criação e consolidação do bloco econômico sul-americano. Como secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e secretário de Cooperação Econômica e Técnica Internacional no gabinete presidencial, ele deu voz e norte às negociações comerciais internacionais, promovendo o crescimento e a estabilização econômica do Brasil.
Em meio às suas múltiplas responsabilidades e papéis, Botafogo também ocupou a presidência do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) por vários anos, onde sua influência e liderança deixaram marcas profundas. Como vice-presidente emérito da organização na época de seu falecimento, ele continuava a influenciar e moldar a política externa brasileira de formas sutis mas significativas.
A notícia de sua morte foi divulgada pelo Cebri com uma nota de pesar que expressava profundo sentimento de perda e solidariedade à sua família, amigos e colegas. O impacto de Botafogo no cenário diplomático brasileiro é amplamente reconhecido e sua ausência será altamente sentida por todos que compartilhavam de sua visão para um Brasil integrado e proeminente no cenário mundial.
José Botafogo Gonçalves deixa uma verdadeira herança, afetando tanto esferas públicas quanto pessoais. Ele é lembrado por sua esposa Susana, seus três filhos, Frederico, Rodrigo, e Luciana, e pelos sete netos que foram tocados por seu espírito e dedicatória. Seu falecimento marca o fim de uma era para aqueles que acompanharam sua trajetória, mas o legado e as contribuições de Botafogo Gonçalves continuarão a servir de inspiração para futuras gerações.
A sua vida é um testemunho do impacto positivo que um comprometido servidor público pode causar. Profundamente respeitado por sua ética de trabalho e visão, Botafogo exemplificou o melhor da diplomacia brasileira e deixou uma marca indelével no desenvolvimento internacional do Brasil. Seu funeral, esperado para contar com a presença de muitos representantes do governo e do setor diplomático, deve ser um lembrete solene de sua contribuição duradoura e impacto na história do país.