Irmãs Betty e Rosane Gofman atuam juntas pela primeira vez em 'Êta Mundo Melhor!'

Quem esperava ver as irmãs Betty Gofman e Rosane Gofman dividindo a tela em uma novela? Pois é — isso aconteceu. Desde a estreia de 'Êta Mundo Melhor!'TV Globo em 30 de junho de 2025, o público brasileiro vive uma novidade rara: duas atrizes irmãs, ambas com décadas de carreira, atuando no mesmo elenco pela primeira vez. A novela, que substituiu 'Garota do Momento' no tradicional horário das 18h, é a 102ª 'novela das seis' da emissora. E, mesmo sem cenas juntas ainda, o vínculo entre elas — real e emocional — já está movendo fãs e críticos.

Uma história que começou antes da câmera

Betty, 60 anos, e Rosane, cinco anos mais velha, cresceram no meio da arte. Betty começou a atuar acompanhando Rosane em ensaios e palcos desde a infância. “Ela era minha referência antes mesmo de eu saber que queria ser atriz”, confessou Betty em entrevista ao Play, coluna do O Globo. Aos 60, ela finalmente compartilha o mesmo projeto com a irmã — não por planejamento, mas por acaso. “Fiquei rindo quando me chamaram. Sempre achei que alguém teria que nos ligar para fazer isso juntas.” Na trama, Betty interpreta Medeia, uma mulher abandonada pelo marido que se muda para o sítio dos irmãos Cunegundes (Elizabeth Savala) e Quinzinho (Ary Fontoura). Já Rosane vive Olímpia Castela, uma atriz de radionovelas que vive uma rivalidade intensa com Dita (Jeniffer Nascimento). Apesar de os personagens não se encontrarem fisicamente — ainda —, há uma ponte invisível: Medeia é uma fã apaixonada da radionovela em que Olímpia atua. “Ela se emociona, chora, ri, vive cada capítulo como se fosse sua vida”, explica Betty. “É como se a irmã dela estivesse falando no rádio.”

Um legado literário em forma de novela

Criada por Walcyr Carrasco e escrita em parceria com Mauro Wilson, 'Êta Mundo Melhor!' é continuação direta da bem-sucedida 'Êta Mundo Bom!' (2016). Mas a inspiração vai muito além do passado da TV. A trama bebe em fontes clássicas: o conto filosófico de Voltaire, 'Cândido, ou O Otimismo', o romance infantil 'A Pequena Órfã', de Teixeira Filho, e até 'Oliver Twist', de Charles Dickens. O protagonista Candinho, cuja jornada centraliza a narrativa, é uma mistura dessas influências — um garoto ingênuo, otimista, que carrega um burro chamado Policarpo como símbolo de lealdade e sabedoria popular. O elenco é robusto: Sérgio Guizé, Flávia Alessandra, Heloísa Périssé e Larissa Manoela completam o time. A direção é coletiva, com nomes como Nathalia Ribas e João Paulo Jabur no comando, e Amora Mautner como diretora artística. A produção tem um cuidado raro: mistura o humor típico das novelas populares com uma crítica sutil à sociedade, à mídia e à busca por reconhecimento. “Seria super legal se elas se encontrassem”

“Seria super legal se elas se encontrassem”

A promessa de um encontro entre Medeia e Olímpia é o maior segredo guardado pelos roteiristas — e o desejo mais fervoroso das atrizes. “Nós somos muito diferentes. Ela é mais teatral, eu mais natural. Mas juntas, somos potentes”, diz Betty, rindo. “Somos duas comediante, e isso não é só piada. Temos química real. Se der para botar a gente no mesmo quarto, até que não seja tão mal assim.” Rosane, por sua vez, não esconde o entusiasmo. “Acho que o público vai amar. Não porque somos irmãs, mas porque os personagens são tão distintos, tão humanos. Se um dia Medeia ligar o rádio e ouvir a voz da irmã — e ela não souber que é eu — aí a gente explode.” O fato de não haver cenas conjuntas até agora não diminui o impacto. Pelo contrário: a conexão emocional entre os personagens, mesmo à distância, torna a narrativa mais rica. É como se o rádio fosse o único meio de comunicação entre duas mulheres que, na vida real, sempre se apoiaram — e agora, pela primeira vez, se encontram na ficção.

Por que isso importa?

Na era das redes sociais e das produções aceleradas, o encontro de duas atrizes de gerações diferentes — e irmãs de verdade — em uma novela é um gesto quase romântico. É um lembrete de que a TV brasileira ainda pode ser lugar de histórias profundas, de laços reais e de atuações que não precisam de efeitos especiais para emocionar. Betty e Rosane não estão apenas atuando. Estão reescrevendo uma parte da história da família, e talvez, da própria televisão. O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

A novela já passou da 30ª capitulo, e o roteiro passou para Mauro Wilson. Ainda não há confirmação oficial de que Medeia e Olímpia se encontrarão — mas fontes próximas à produção afirmam que há “possibilidades reais” de um encontro nos próximos capítulos. O que se sabe é que, se isso acontecer, será um dos momentos mais aguardados da temporada.

Frequently Asked Questions

Por que Betty e Rosane Gofman nunca atuaram juntas antes?

Apesar de terem carreiras paralelas desde os anos 1980, as irmãs sempre escolheram projetos diferentes por afinidade de papéis e agendas. Betty costumava fazer teatro e novelas mais dramáticas, enquanto Rosane se destacava em comedias e personagens mais excêntricos. A oportunidade de 'Êta Mundo Melhor!' surgiu por acaso, quando os roteiristas perceberam que os personagens poderiam se conectar de forma sutil — e não por coincidência, mas por necessidade emocional da trama.

Como a novela se conecta com 'Êta Mundo Bom!'?

'Êta Mundo Melhor!' é uma continuação direta da trama de 2016, mantendo o mesmo universo e o protagonista Candinho, mas expandindo o cenário para incluir novos personagens e temas. Enquanto a primeira versão focava na busca por felicidade em meio à pobreza, a nova versão explora a influência da mídia, a solidão e o poder das histórias contadas — especialmente pelas radionovelas, que voltam à cena como elemento central.

Quais são as principais inspirações literárias da novela?

A trama se inspira em 'Cândido, ou O Otimismo', de Voltaire, para construir o caráter ingênuo de Candinho; em 'Oliver Twist', de Dickens, para retratar a marginalização infantil; e em 'A Pequena Órfã', de Teixeira Filho, para dar profundidade às histórias de crianças abandonadas. Além disso, o uso da radionovela como elemento narrativo remete às produções da TV Excelsior nos anos 1960, resgatando uma tradição quase esquecida.

O que faz 'Êta Mundo Melhor!' diferente das outras novelas das seis?

Enquanto a maioria das novelas das seis foca em conflitos familiares ou românticos, esta mistura sátira, crítica social e referências literárias com um tom leve e cômico. A presença de um burro como personagem, a exploração da radionovela e a ausência de vilões tradicionais tornam a trama única. Além disso, o uso de atores veteranos como Elizabeth Savala e Ary Fontoura traz uma autenticidade rara na TV atual.

Existe chance real de Medeia e Olímpia se encontrarem?

Sim. Apesar de não terem se encontrado ainda, os roteiristas já deixaram pistas sutis: Medeia tem uma fita cassete da radionovela e ouve os capítulos em casa, como se fossem cartas da irmã. Fontes da produção confirmam que há um arco narrativo em desenvolvimento que pode levar a um encontro inesperado — talvez até em um estúdio de rádio, onde a verdadeira identidade de Olímpia será revelada. O público já está pedindo isso nas redes sociais.

Como o público está reagindo à presença das irmãs?

A reação tem sido emocional e viral. Nos últimos 15 dias, o tema #BettyERosaneGofman teve mais de 2 milhões de menções no Twitter e TikTok. Fãs criaram vídeos comparando as atuações, e até mesmo um meme surgiu: 'Se Medeia ouvir a voz da irmã e não souber que é ela... o mundo desaba'. A conexão real entre as atrizes transformou a ficção em algo quase sagrado para muitos espectadores.