TL1 abre a rodada 17 em Baku com Norris na frente
Madrugada de sexta com clima de rua e muros perto: a Fórmula 1 voltou a acelerar no Baku City Circuit para o primeiro treino livre do GP do Azerbaijão de 2025. O TL1 foi disputado das 01h30 às 02h30 (UTC) — 22h30 às 23h30 de quinta no horário de Brasília e 05h30 às 06h30 no horário local. Em um traçado que cobra sangue-frio no setor do “castelo” e pede velocidade máxima na longa reta, Lando Norris colocou a McLaren no topo da folha de tempos e deu o primeiro recado do fim de semana.
É um cenário quente dentro da própria equipe. Depois do GP da Itália, quando Oscar Piastri abriu mão do segundo lugar para Norris e mudou a matemática do campeonato, a pontuação apertou um pouco, mas o australiano ainda lidera por 31 pontos, com oito corridas pela frente. O treino em Baku, portanto, veio com cara de teste de nervos: acerto fino, volta limpa e nenhum beijo no guard-rail.
Max Verstappen, que saiu de Monza com a terceira vitória dele no ano e a Red Bull mais confiante, buscou entender onde tirar tempo num circuito que mistura baixa pressão aerodinâmica com frenagens fortes. Na Ferrari, Charles Leclerc e Lewis Hamilton lapidaram a tração de baixa velocidade e a estabilidade em frenagens, um combo essencial para sair vivo das curvas 1, 3 e 8 e ainda construir velocidade até a reta principal. Baku não perdoa erros de referência de freada e costuma recompensar quem encontra equilíbrio entre velocidade de reta e aderência no miolo.
Para contextualizar a maratona, o circuito de 6,003 km recebeu a F1 pela primeira vez em 2016 e a corrida tem 51 voltas, totalizando 306,049 km. A característica central é um traçado híbrido: curvas lentas e apertadas cercadas por muros e duas zonas de DRS, sendo a principal na reta de mais de 2 km. É o tipo de pista que convida o pelotão a brincar com vácuo, principalmente em classificação, e muitas vezes embaralha estratégias com Safety Car.
No TL1, as equipes usaram a hora disponível para três frentes: mapeamento de pista, checagem de eficiência aerodinâmica em configuração de baixa asa e coleta de dados de pneus. Em Baku, o aquecimento de pneus pode ser lento nos primeiros minutos da manhã e a gestão de freios vira prioridade — o risco de superaquecimento depois de retas longas é real. Por isso vimos programas de voltas em blocos curtos, variando combustível e alturas de carro para achar o melhor compromisso com as ondulações e zebras altas.
Outro ponto que ganhou atenção: tração na saída da curva 16, a que “lança” os carros para a reta mais longa. Um erro ali mata a volta, e a telemetria do TL1 serviu para definir mapeamentos de motor e entrega de energia elétrica ao longo da reta. É detalhe, mas em Baku detalhe vira décimo — e décimo define posição.
Sobre pneus, a leitura típica por aqui é começar o fim de semana entendendo desgaste traseiro e temperatura de superfície, porque as frenagens fortes e as acelerações a baixa velocidade castigam o eixo de trás. As simulações de ritmo longo no fim do TL1 deram o tom para escolhas de pressão e camber, e muitas equipes deixaram para o TL2 a comparação mais robusta entre compostos.
O resultado de Norris como melhor do dia até aqui empurra a McLaren para um sábado de decisões táticas. Se a equipe repetir a velocidade de reta sem sacrificar estabilidade, a disputa interna com Piastri pode bater cabeça com Red Bull e Ferrari de forma direta. No meio do pelotão, a luta por um acerto “honesto” — que não sobreaqueça freios, segure traseira nas saídas e ainda permita DRS eficiente — costuma ser a linha entre Q3 e eliminação precoce.
Vale lembrar: Baku raramente é linear. O efeito do vácuo na classificação costuma embaralhar o grid, e a corrida muitas vezes muda de cara com intervenções do Safety Car. Gerenciar a temperatura do carro atrás do tráfego e decidir a janela de pit-stop sem perder o trem do DRS vira jogo de xadrez. Quem erra a leitura paga caro.

Horários, onde assistir e o que observar no restante do fim de semana
O segundo treino livre acontece ainda nesta sexta, das 05h00 às 06h00 (UTC) — 02h00 às 03h00 em Brasília e 09h00 às 10h00 no horário local. A programação oficial segue com sessões no sábado e a corrida no domingo. A transmissão ao vivo está disponível pelos canais oficiais da F1 e pelas emissoras detentoras dos direitos em cada país, além dos serviços digitais da categoria. Vale checar a grade local para horários na sua região.
Para o restante do fim de semana, os pontos-chave são claros: a) o jogo de vácuo na classificação, que pode tanto salvar quanto atrapalhar uma volta; b) a escolha de asa traseira, buscando velocidade de reta sem abrir mão da resposta nas curvas lentas; c) a gestão de freios e temperaturas, especialmente em stint longo; d) a consistência na curva 8, onde centímetros separam a coragem do toquinho no muro.
Na disputa pelo título, o GP do Azerbaijão marca a saída definitiva da F1 da perna europeia e costuma reabrir conversas sobre quem está com o melhor pacote em pistas de rua. Norris precisa transformar voltas rápidas em pontos grandes, Piastri joga com a vantagem de 31 pontos e a Red Bull busca constância depois de Monza. A Ferrari, com Leclerc e Hamilton, tem munição para incomodar no setor travado e se projetar para a reta com DRS aberto. O equilíbrio vai surgir de decisões milimétricas: altura de carro, rake, cambagem, mapas de energia e, claro, cabeça fria quando os muros ficarem perto.
Os melhores momentos e a análise detalhada do TL1 — com voltas, trechos mais rápidos e programas de cada equipe — estão disponíveis nas plataformas oficiais da F1. O TL2 deve esclarecer o cenário de pneus e ritmo de corrida. Se a sexta já entregou um grid apertado, o sábado promete briga de centésimos e uma corrida com margem zero para erro.