Era Vojvoda chega ao fim: de herói a baixa nos resultados
O Fortaleza fez um anúncio que sacudiu o mundo do futebol nordestino: Juan Pablo Vojvoda não é mais técnico do clube. Depois de quatro anos marcados por uma reviravolta histórica, títulos inéditos e três participações seguidas na Copa Libertadores, a relação chegou ao fim em meio a uma fase péssima no Campeonato Brasileiro. A decisão, segundo o CEO Marcelo Paz, foi "difícil, mas necessária" — e quem acompanha a rotina do Leão sabe que o cenário era crítico.
Vojvoda virou referência no Pici. Foram 310 jogos e cinco títulos – entre eles, o Tricampeonato Estadual, uma Copa do Nordeste e uma Copa do Brasil da Série B. Ele também mudou o patamar do clube: pela primeira vez, o Fortaleza foi à Libertadores, alcançou uma semifinal da Copa do Brasil e até bateu recordes de público na Arena Castelão. O perfil aguerrido do argentino virou símbolo da equipe, influenciando até o futebol cearense como um todo.
Mas nada dura para sempre. A última sequência de resultados negativos pesou demais: nove jogos seguidos sem vitória no Brasileirão, seis derrotas consecutivas e um time cada vez mais apático. A derrota por 1 a 0 para o maior rival, Ceará, foi a gota d’água. O Fortaleza despencou para a zona de rebaixamento, estacionado nos 10 pontos. Marcelo Paz admitiu: "O ciclo chegou ao fim".
Busca pelo novo comandante e clima de despedida
Quem olha as redes sociais percebeu o misto de tristeza, gratidão e preocupação entre jogadores e torcedores. A ídola Toinha, que representa o amor antigo ao Fortaleza, usou suas redes para agradecer ao treinador pela transformação do clube. Não faltaram homenagens à postura ética e à conexão com a torcida, algo raro no futebol brasileiro.
Para o clube, a prioridade agora é agir rápido. As oitavas de final da Copa Libertadores batem à porta e o adversário, Vélez Sarsfield, exige cabeça fria. O diretor Sérgio Papellin deixou claro: é hora de buscar "um novo líder com perfil vencedor" para tentar salvar a temporada e evitar o rebaixamento. Nomes como Maurício Barbieri e Zubeldía aparecem na mira, enquanto nas redes a torcida se divide — alguns querem mudança radical, outros preferiam dar mais tempo ao argentino.
A saída de Vojvoda dá um choque no futebol do Ceará. Quem vivenciou os estádios lotados com o gringo à beira do gramado sente que um dos momentos mais marcantes da história do clube ficou para trás. Mas, como disse Papellin, o futebol é feito de ciclos — e o Fortaleza deseja que o próximo comece já, com esperança renovada e os olhos atentos à tabela.