
Djokovic e sua visão sobre Alcaraz: respeito e surpresa pela ausência
O universo do tênis está acostumado a grandes rivalidades, mas é raro ver um dos maiores tenistas da história se render ao talento de um adversário mais jovem. Novak Djokovic, tricampeão do Masters de Madri, não escondeu a frustração e surpresa ao saber que Alcaraz ficou fora do torneio espanhol em 2025. Para o sérvio, a ausência do jovem astro vai ser sentida tanto pelo público quanto pelo próprio evento, já que Alcaraz virou o grande chamariz das novas gerações e tem sido tratado como o sucessor legítimo do 'Big Three' – Djokovic, Federer e Nadal.
Em entrevista coletiva antes de sua estreia em Madri, Djokovic demonstrou especial admiração pela forma meteórica como Alcaraz vem construindo sua carreira. O sérvio citou abertamente: 'Ele já conquistou quatro Slams antes dos 22 anos, o que mais pode se pedir?' Não é apenas uma frase solta: poucas vezes alguém com tão pouca idade conseguiu incomodar e até vencer jogadores da elite, superando marcas que, há dois anos, pareciam inalcançáveis.
Djokovic ainda frisou o impacto negativo da decisão de Alcaraz para o Masters de Madri, especialmente pelo espanhol ser a principal esperança local desde que Nadal se afastou dos grandes torneios. 'É uma má notícia para o torneio. Todos querem ver os melhores em ação, e ele é, sem dúvida, um dos protagonistas do circuito.' Mesmo assim, o próprio Djokovic demonstrou empatia ao entender o lado do rival: os compromissos seguidos em Montecarlo e Barcelona deixaram Alcaraz exausto e houve preocupação com sua recuperação física. 'Ele está certo em pensar longe. A temporada é longa e ninguém quer arriscar lesões', comentou o sérvio.

Estratégias diferentes em um calendário cada vez mais intenso no tênis
Quem acompanha a rotina do tênis profissional sabe que o circuito impõe uma maratona de alto rendimento e desgaste físico. A opção de Alcaraz por pular Madri revela amadurecimento pouco comum em jovens. Com 21 anos, muitos tenistas priorizariam a visibilidade ou a pressão local. Mas ele preferiu ouvir seu corpo e investir em saúde, mirando Grand Slams maiores, como Roland Garros e Wimbledon. Para os organizadores, torcedores e patrocinadores, a ausência é um baque, pois suprimir uma estrela nacional pode afetar a bilheteria e a audiência de TV.
O próprio Djokovic entende bem o dilema, já que nos últimos anos passou a selecionar melhor onde compete para evitar o desgaste excessivo e priorizar a preparação para os torneios mais importantes. Depois de três anos fora da competição madrilenha, o sérvio retorna com o mesmo pensamento: usar o torneio como termômetro para buscar mais um título em Roland Garros, o Grand Slam no saibro francês. 'Vou onde acho que posso jogar meu melhor tênis, e Madri tem uma atmosfera que sempre me impulsiona', disse, destacando ainda o papel fundamental da torcida espanhola no clima da Caja Mágica, sede do evento.
No circuito, cada vez mais jogadores de ponta compreendem que longevidade depende de equilíbrio entre performance e saúde. Djokovic enxerga Alcaraz trilhando esse caminho e reforçou sua fé no futuro do espanhol. 'Ele tem tudo para marcar seu nome na história do esporte, sem pressa e com inteligência', concluiu. O Masters de Madri perde uma grande atração em 2025, mas o tênis ganha uma rivalidade feita com respeito, admiração e estratégias modernas frente aos desafios físicos do calendário atual.